"...Assim, já não são dois, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus uniu." (Evangelho de Marcos 10:9) Em uma época na qual os avanços atingem também o campo da personalidade individual e dos relacionamentos, como seria de esperar, reconhecemos a maturidade desta afirmação de Jesus que, naturalmente, não poderia estar ultrapassada, entendendo que seu alerta atualiza-se pedindo que o ser humano não desagregue a afetividade da forma que a Vida a aglutinou. O problema não é tanto divorciar-se ou romper um relacionamento, mas, principalmente, despedaçar a afetividade. A afetividade fragmentada no coração - sob os domínios da indiferença - inviabiliza uma união saudável porque uma vez que ela (a afetividade) esteja "separada" ou partida, faz-se impossível canalizar os ingredientes necessários ao sucesso das relações tais como o respeito, a lealdade, a cooperação e a renúncia. Em comparação, o mesmo se dá com a conhecida e insuperável proposta "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Se eu não valorizar e ver sentido na vida de maneira incondicional (amar a Deus), como poderei amar o meu semelhante e tratá-lo com dignidade? Se a vida não tiver valor, para que agir bem com os outros? Ora, se interpreto a afetividade como algo banal em relação ao meu próximo, se eu fragmentá-la dentro de mim tornando-me indiferente, egocêntrico e brutal, como poderei amar e ser amado? Antes de compartilhar os frutos do pomar, temos o agricultor em afeto profundo pela própria terra. Caso contrário, não terá importância a qualidade do que vai servir. Jesus naquele instante foi rígido em função dos conceitos medíocres da época que humilhavam a mulher. Uma mulher naquele tempo com carta de divórcio ou de repúdio não podia voltar para a casa dos pais (que tinham vergonha), não podia frequentar as sinagogas, não podia receber ajuda de quem quer que fosse. Batia à porta e não lhe abriam. Muitas se reportavam à prostituição para poderem ter alimento. Antes de tudo é urgente que valorizemos a afetividade. Que aprendamos a olhar para o nosso semelhante como alguém sagrado, merecedor da liberdade de ser inviolável em sua essência. Vejo casais que se divorciam e noto o quanto já haviam despedaçado a afetividade dentro de si, competindo avidamente pelos bens para saírem "sem tanto prejuízo", bloqueando o acesso aos filhos, usando argumentos ilícitos para que o outro seja prejudicado de alguma forma, ofendendo-se mutuamente, quando não distribuindo fatos e horrores da relação pelas redes sociais. Muito além do divórcio que é uma lei humana, por vezes, salvadora da dignidade, o grande problema é que o ser humano "separa" o afeto de tudo aquilo que deveria receber sentido e valor. E o que encontramos como efeitos marcantes são o sexo casual, as relações extra-conjugais, o assédio moral, a violência doméstica, o estupro (agora em ampla discussão), as rupturas amorosas drásticas e a indiferença às uniões gratificantes e serenas. Então Jesus na sua sabedoria recomenda uma advertência para todos os tempos: que "o homem não separe" (não destrua, não fragmente e não distancie) "aquilo que Deus uniu" (ou aproximou de todos nós para a felicidade real): a afetividade pura nas relações humanas.

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