Conheça a logoterapia

A Logoterapia é uma psicoterapia centrada no “logos” ou no sentido de viver e aborda a dimensão espiritual do ser humano, exatamente o lugar onde se encontra o núcleo sadio capaz de dissipar a enfermidade psíquica.
A Logoterapia tem diferenças marcantes em relação a outros modelos de psicoterapia.
- Ela se interessa pelo “aqui e agora” do cliente, seu momento atual, suas perspectivas, seu olhar adiante e o ajuda a descortinar um futuro pleno de sentido.
- Ela não focaliza propriamente o conflito interno, embora seja necessário compô-lo, mas evoca a capacidade do cliente em descobrir as forças espirituais que podem diluí-lo.
- Ela entende que o cliente pode possuir muitos traumas reprimidos, mas procura trazer a tona, antes de tudo, a sua espiritualidade reprimida, aquela que quando descoberta o torna feliz.
Venha conhecer a Logoterapia. Em realidade, depressão, ansiedade, medos, fobias e outras neuroses, mágoas e ressentimentos, tédio de viver e vazio existencial são formas variadas de dizermos que nossa vida perdeu o sentido, que os valores de construção da alma foram sabotados ou permanecem desconhecidos na intimidade. Mas, a Vida tem um sentido incondicional. Ele já existe no mundo e quem o consegue identificar descobre “o tesouro escondido sob a terra”.
Se você se sente assim, entre em contato conosco

O criador da Logoterapia:

foto 1A obra de Frankl é relativamente pouco conhecida nos países de língua portuguesa e é comumente ignorada pelas principais correntes da psicanálise (como Sigmund Freud, Alfred Adler e Jacques Lacan).

De uma forma prática e simples assim diferenciava a Psicanálise da LogoterapiaNa psicanálise, o paciente tem de deitar-se num divã e contar coisas que, às vezes, são muito desagradáveis de serem contadas. Pois na logoterapia o paciente pode ficar sentado normalmente, mas tem de ouvir coisas que, às vezes, são muito desagradáveis de serem ouvidas.(in Sede Sentido, São Paulo: Quadrante, 1999).

O fundador da Logoterapia (também chamada de “Terceira Escola Vienense da Psiquiatria“), adotou um certo distanciamento de Freud no que se refere à etiologia sexual das neuroses e também no que se refere à religião. Frankl considera que a neurose individual poderia ser, em alguns casos, a expressão da recusa da espiritualidade.

Segundo Frankl, existiria no ser humano um desejo e uma vontade de “sentido”. Ele percebeu que seus pacientes não sofriam exclusivamente de frustrações sexuais (Freud) ou de complexos como o de inferioridade (Adler), mas também do que reputa ser o vazio existencial.

Para o analista, a neurose revelaria antes de mais nada um ser frustrado de sentido, o que o levou a concluir que a exigência fundamental do homem não é nem a emancipação sexual, nem a valorização do self, mas a “plenitude de sentido“. Segundo Frankl, a compensação sexual não seria nada além de um Ersatz para com a falta de sentido existencial. Por isso, conclui, o terapeuta não pode negligenciar a espiritualidade do analisado e a logoterapia passa a estar centrada no inconsciente espiritual, mais do que nas pulsões.

Em “O Deus inconsciente“, Frankl repudia a psicanálise tradicional, declarando que “Degradando o ‘eu’ em simples epifenômeno, Freud, por assim dizer, traiu o ‘eu’ em favor do ‘isso’; mas ao mesmo tempo ele, por assim dizer, insultou o inconsciente, vendo nele nada além do que é do ‘isso’ – o instintivo – deixando escapar aquilo que é do ‘eu’ – o espiritual”.

Para o autor, haveria um hiato ontológico entre o instinto e o espírito. Ele considera o homem uma totalidade trinária e tridimensional, com expressão psicológica, biológica e espiritual. Segundo Frankl, Freud teria negligenciado a terceira dimensão.

No seu livro A Busca do Homem por Sentido (publicado pela primeira vez em 1946), Frankl relata suas experiências como interno de campo de concentração, descrevendo seu método psicoterapêutico para encontrar sentido em todas as formas de existência (mesmo as mais sórdidas) e, daí, uma razão para continuar vivendo. Em suas próprias palavras “O homem, por força de sua dimensão espiritual, pode encontrar sentido em cada situação da vida e dar-lhe uma resposta adequada.

Em Viena, em 1983, no Prefácio que faz da sua obra Em Busca de Sentido, à edição de 1984, Frankl, afirma: …o Pós-escrito de 1984 a este livro é intitulado “A Tese do Otimismo Trágico”. O capítulo se refere a preocupações dos dias de hoje e a como é possível dizer sim à vida apesar de todos os aspectos trágicos da existência humana. Espera-se que um certo “otimismo” com relação ao nosso futuro possa fluir das lições retiradas do nosso “trágico” passado..

Sua filosofia é fundamentalmente otimista e baseada na crença – fruto de sua experiência pessoal – de que o fim último da existência humana tem uma meta fora do próprio indivíduo, fim este que lhe dá o sentido da própria existência.

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Visão do campo de concentração de Auschwitz no inverno, onde Viktor Frankl foi aprisionado pelos nazistas

Outras citações úteis para a compreensão de seu pensamento podem ser invocadas, como no Prefácio que faz da Edição de 1984 à sua obra Em Busca de SentidoNão procurem o sucesso. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.

E ainda, no mesmo prefácio da edição de 1984 de Em Busca de SentidoQuero que vocês escutem o que sua consciência diz que devem fazer e coloquem-no em prática da melhor maneira possível. E então verão que a longo prazo – estou dizendo a longo prazo! – o sucesso vai persegui-los, precisamente porque esqueceram dele.

Finalmente: Nós que vivemos nos campos de concentração podemos lembrar de homens que andavam pelos alojamentos confortando a outros, dando o seu último pedaço de pão. Eles devem ter sido poucos em número, mas ofereceram prova suficiente que tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho.

Por essa e outras razões, Viktor Frankl é uma das figuras-chave da terapia existencial, ou existencialista. Sua vida e sua obra são, para certos analistas, uma sequência de atos e fatos que se desencadeiam em um testemunho inquestionável do poder desafiador do espírito. Para Frankl, a “busca de sentido” é uma exata e precisa definição da natureza humana.

Em sua obra, Frankl não recomenda nenhuma religião ou confissão constituída, muito menos alguma Igreja em especial. A todo tempo ele remete o leitor às suas próprias preferências e escolhas. Alguns analistas entendem que um maior estudo da obra de Viktor Frankl seria capaz de ajudar a psicanálise a se libertar de dogmas problemáticos para a sua coerência.