Pedro negou Jesus três vezes. Seguindo pelas entranhas das ruas o séquito que o aprisionara, foi identificado por transeuntes e declarou ser anônimo. Após a terceira negação, o galo cantou como havia sido profetizado, trazendo as primeiras fímbrias de luz daquele amanhecer sombrio.
Com o desfecho esperado, Pedro contraiu profunda depressão. Um desânimo arrebatador asilou-o na inércia e ele, quase do mesmo modo que Judas, desejou morrer.
Depois da ressurreição de Jesus, quando os dias se alimentavam apenas da saudade e das doces lembranças do seu convívio, um estranho aparece na praia de Cafarnaum assim que o sol se pôs e foi identificado por Simão que guardava as redes: era Jesus!
Sentados na areia, todos tomados de profunda emoção, o Mestre interroga o discípulo por três vezes consecutivas (João 21:15-17):
- (1) Simão filho de Jonas, tu me amas?
- Eu amo Senhor.
- Então apascenta o meu rebanho.
- (2) Simão, filho de Jonas, tu me amas?
- Já disse que te amo Senhor.
- Então apascenta as minhas ovelhas.
- (3) Simão, filho de Jonas, tu me amas?
- Senhor tu sabes tudo. Sabes que te amo.
- Então apascenta o meu rebanho.
Para cada negação, houve a oportunidade de reconsideração diante do mesmo que fora negado, banindo definitivamente a culpa do coração.
Recomendou então que o apóstolo cravasse no chão do futuro a rocha ou a "Pedra" do cristianismo (de onde provém o nome Pedro na composição masculina) e Simão entregou-se por trinta anos ao labor de "petrificar" no mundo a Boa Nova de Jesus.
No ano 30 da era cristã, preso e torturado em Roma, no dia da sua execução na cruz, o carrasco se aproxima e lhe anuncia que César conferiria o perdão se ele, diante da turba que assistia à sentença, negasse sua parte com Jesus.
Ele fita calmamente o algoz e pede: "rogo-te apenas que me pendures de cabeça para baixo porque não sou digno de morrer com ela inclinada para o céu como o meu mestre". E morreu da maneira que solicitou.
O autoperdão só pode ser alcançado quando estruturado no sacrifício de sermos e fazermos completamente diferente em relação àquilo no qual fracassamos.
Até hoje, perante todas as vezes que ainda o negamos ao ferirmos o nosso semelhante, é como se pudéssemos ouvir a pergunta confortadora:
- "Tu me amas?"
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